sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Nós somos assim!

Ontem, eu estava voltando da faculdade mais cedo e entrou na Kombi uma moça com um bebezinho de uns 3 meses no colo. Eu como não sou nada bobo, comecei logo a fazer caras e bocas pra criança até conseguir tirar um sorriso. Mas naquela onda de brincadeiras, a Kombi balançando demais, dava para perceber claramente que o bebezinho estava assustado. Por causa disso ele acabou agarrando no meu braço para poder se sentir mais seguro. No princípio eu fiquei com cara de bobo de sentir aquela mãozinha minúscula agarrada no meu braço mas, logo depois eu pensei: ele está agarrado em um estranho pelo simples fato de estar com medo!

Isso pode ser porque por ser pequeno ele não entenda que aquele balançar não é tão perigoso.Mas quantas vezes nós não fazemos isso também? Quantas vezes pelo simples fato de deixarmos nos dominar pelo medo ou por qualquer outro sentimento, não nos agarramos a primeira pessoa ou coisa que vemos pela frente? Será que não somos capazes de pensar quando estamos assustados? Será que somos como as mocinhas dos filmes que ao invés de tentar fugir só adentram mais e mais nos corredos escuros e becos sem saída?

O que me leva a duvidar se as nossas escolhas são nossas ou são o simples dominar de sentimentos sem controle. Porque quando estamos apaixonados também perdemos a noção das coisas. Esquecemos de compromissos e responsabilidades pelo simples prazer de estar perto do nosso "objeto de desejo".Nosso corpo nos envia um sinal de aprisionamento àquele sentimento e nós aceitamos aquilo como sendo a nossa verdade, pois também nos sentimos presos ao medo quando estamos na situação em questão.

-Nossa, você deve estar pensando, ele está comparando o medo com a paixão! Mas pare para pensar: nos dois casos sentimos o frio no estômago, nosso corpo trava, nossa mente congela, não sabemos para onde ir ou para onde recorrer e se caso apareça alguém ou algo diferente à nossa frente logo nos agarramos aquilo como se fosse o nosso porto-seguro.

Somos assim desde pequenos e continuamos assim a nossa vida toda, seja pelo o balançar de um carro, seja para o primeiro dia na escola, seja para a primeira namorada, seja para o último dia de escola. Somos dominados pela paixão-ao-medo e pelo medo-da-paixão todas as épocas da nossa vida.Nos resta saber difrenciar esses sentimentos de outros menos fugazes pois, senão, corremos o risco de não fazermos escolha alguma e apenas sermos espelhos de nosso sentimentos.

Nenhum comentário: